quarta-feira, 30 de setembro de 2009

AS fazem curso no Tribunal do Trabalho


Foto: Míriam Santini de Abreu

Os Agentes de Segurança do TRT12 estão fazendo curso de reciclagem anual dentro de moldes discutidos de acordo com os interesses desses trabalhadores, graças à luta feita pelo Núcleo de Agentes de Segurança do SINTRAJUSC e da Coordenação do Sindicato. A foto acima foi feita no dia 23 de setembro, uma das datas em que ocorreu a atividade.

23 de setembro, Dia Nacional de Luta - Mobilização em Blumenau


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

23 de setembro, Dia Nacional de Luta - Mobilização na Justiça Federal na Capital

Mára Leal - Núcleo de Contadoria
Jorge Machado - Núcleo de Contadoria

Luiz Felipe Siqueira Pinto - Núcleo de Contadoria
Marta Santos - Núcleo de Contadoria

Célio da Silva - NDOC

Mobilização nas Varas do Trabalho na Capital

Servidores na 6. Vara: Guido Mannes, Elacy Carmen Presser Marocco, Luiz Carlos M. de Oliveira e Christian Alexandre

Mobilização no TRT12





Trabalhadores no Gabinete da Juíza Viviane Colucci

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Talentos do Judiciário catarinense





Fotos: Míriam Santini de Abreu - Sintrajusc
O SINTRAJUSC apoiou a organização do Judiciarte no TRT12, na quinta-feira, dia 17, quando os trabalhadores do Tribunal mostraram seus talentos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O piso salarial estadual veio em boa hora

*José Álvaro de Lima Cardoso

A recente aprovação do piso salarial estadual na Assembléia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que começa a vigorar a partir de janeiro próximo, veio em boa hora. A economia brasileira em janeiro estará em franco processo de crescimento, o que já ocorre, aliás, desde o mês de abril. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no segundo trimestre, frente ao primeiro trimestre deste ano, ocasião em que tinha recuado 1,2%. A recuperação do nível de atividade no segundo semestre foi puxada pela indústria, que cresceu 2,1%, o que é muito importante, visto que este foi, de longe, o setor mais atingido pela crise.
Além do fato mencionado, a recuperação da economia se dá com base no mercado interno, com destaque para o consumo das famílias, que cresceu significativos 3,2% no segundo trimestre deste ano. O consumo das famílias vem sendo impulsionado pelo retorno do crédito e pelo crescimento da massa de rendimentos, que manteve um bom desempenho, mesmo nos piores momentos da crise. Em parte, este fenômeno está relacionado à normalização do crédito na economia e à própria redução da taxa de juros verificada nos últimos meses. Em agosto, segundo informações da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os juros para pessoa física atingiram o menor patamar verificado em toda a série histórica, iniciada em 1995. A taxa média geral para pessoa física estava em 7,08%, após a sétima redução consecutiva. Das seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac, apenas o cartão de crédito manteve inalterada sua taxa de juros em agosto.
Além da disponibilidade do crédito e do seu gradual barateamento, o consumo das famílias vem sendo garantido também pela expansão da massa salarial. Segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-Metropolitana), calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), nos últimos 12 meses, findos em junho deste ano, verifica-se que tanto a massa de rendimentos reais dos ocupados quanto dos assalariados cresceu 1,2% e 2,1%, respectivamente. Em ambos os casos o resultado deveu-se ao crescimento do nível de ocupação do emprego, já que o rendimento médio pouco variou.
Os dados do comércio, relativos a julho, por sua vez, mostram um pouco o que acontece com o mercado interno. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho o comércio expandiu no Brasil pelo terceiro mês seguido e, em relação a julho de 2008, as vendas no varejo ampliaram-se em 5,9%. A receita nominal de vendas no acumulado do ano até julho elevou-se em 9,8%. Em 12 meses, a alta chegou a 11,4%. Na comparação com julho de 2008, o volume de vendas cresceu em seis das oito atividades do varejo pesquisadas, com destaque para a alta de 10,1% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, desempenhos diretamente relacionados à evolução da massa salarial e pela própria estabilidade nos níveis inflacionários - nos últimos 12 meses, entre setembro de 2008 e agosto de 2009, o Índice de Custo de Vida (ICV-DIEESE) acumulou alta de apenas 3,75%.
Nos primeiros meses de 2010, quando os pisos salariais estaduais começarem a ser pagos aos trabalhadores não cobertos por acordos ou convenções coletivas de trabalho, tudo indica que a economia já estará crescendo a uma taxa bastante satisfatória. Neste cenário, a expansão da massa salarial adicional decorrente dos pisos salariais, só irá contribuir para a melhoria de vida dos trabalhadores e para o crescimento da economia catarinense.

*Economista e supervisor técnico do DIEESE em Santa Catarina
16/09/2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Em Taió, MST planta mais uma semente da reforma agrária I






Fotos: Rodrigues Viana
O MST ocupou em 31 de agosto uma área em Taió, no Alto Vale do Itajaí. A fazenda foi desapropriada para a reforma agrária, mas o ex-proprietário é dono da estrada de acesso ao local, e não permitia a entrada dos técnicos do Incra e o oficial de justiça que foram fazer a imissão de posse. O MST e o Incra agora estão negociando com a prefeitura de Taió a recuperação de um acesso secundário ao local do futuro assentamento. Veja abaixo a reportagem sobre o assunto. A vídeo-reportagem está na página do SINTRAJUSC, em Vídeos.

Em Taió, MST planta mais uma semente da reforma agrária II


Fotos: Marcela Cornelli

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Luta por terra e liberdade

Por Marcela Cornelli, jornalista do Sindprevs/SC e da revista Pobres & Nojentas

Na madrugada do dia 31 de agosto o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizou mais uma ocupação em Santa Catarina. Impedidas de seguir pela estrada principal que dá acesso à terra já desapropriada pelo Incra para a Reforma Agrária no Município de Taió, no Alto Vale do Itajaí, abrindo caminho na escuridão, 38 famílias seguiram pela mata fechada por volta das 4h30min da manhã. O solo barrento e a subida íngreme não foram obstáculos. Crianças, adultos e idosos seguiram morro acima. No amanhecer, via-se alguns sapatos que ficaram para trás enterrados no lodo.
A terra já lhes era de direito, mas a ganância e o poder do capital os impediam de chegar a ela. A estrada que dá acesso à terra foi privatizada e pertence hoje a empresa de papel e celulose HCR. No entanto, esta gente de luta nunca desiste. O sonho de ter um pedaço de terra para viver e criar seus filhos com dignidade é maior.
Quando tudo começou
Um decreto assinado pela Presidência da República, em 22 de janeiro de 2008, declara de interesse social para fins de Reforma Agrária o imóvel rural denominado “Fazenda HCR”, também conhecida como “Fazenda Mato Queimado”. A fazenda, de 930 hectares, faz parte de um conjunto de empresas de papel e celulose da Hendrich S. A. Mesmo com o Decreto do governo e a presença do Incra, a empresa impediu as famílias de passarem pela estrada principal que dava acesso à fazenda. Além disso, após a publicação do decreto desapropriando a área, a empresa de celulose plantou pinus no local, que, como todos sabem prejudicam o solo, para tentar mostrar uma função social para a terra e assim reverter à situação. Felizmente o governo manteve a desapropriação.
As primeiras tentativas de entrar na terra ocorreram no final de janeiro e início de fevereiro de 2008. Na época, o acesso à fazenda foi fechado e os materiais e equipamentos dos sem-terra apreendidos. Os trabalhadores então ficaram no centro comunitário da cidade e tiveram a água e a luz cortadas. No dia 6 de maio de 2009 a história se repetiu. Novamente as famílias foram impedidas de entrar na terra, sendo cercadas pelos capangas da empresa e hostilizadas. Assim, o MST levou as famílias para o assentamento “25 de maio”, em Santa Terezinha, município vizinho de Taió. Finalmente, na madrugada do dia 31 de agosto, seis meses depois de o governo desapropriar a terra, as famílias abriram junto a picada no meio da mata, porque a empresa e fazendeiros locais insistem em proibir o acesso pela estrada principal. Dessa forma, as famílias conseguiram chegar à terra tão esperada, onde cerca de 50 famílias vão fincar raízes no chão.
As caras do movimento
Ivonete Mota Vieira França, 27 anos, trabalhava na colheita de tomate em uma fazenda no município de Caçador para sustentar os dois filhos, um de dez e outro de sete anos. “Não tínhamos o que comer e não dava para sustentar os filhos com o dinheiro que ganhávamos na colheita de tomate. A colheita ia de meados de dezembro até fevereiro. Depois ficávamos sem trabalho. Eu adoro a vida no capo. Me criei no interior, mas ficar trabalhando ganhando um salário de fome não dava mais. Foi ai que tomei a decisão de lutar por um pedaço de terra que fosse meu e entrei para o MST, afinal pobre tem que lutar sempre”, conta Ivonete, que estava no acampamento do MST em Campo Erê. Como o MST não conseguiu a desapropriação da terra almejada no município, a família de Ivonete e mais algumas famílias vieram para Taió, onde a terra já era garantida.
Pedro Corrêa, 49 anos, também estava no acampamento em Campo Erê. “Lá não conseguimos a posse da terra, então algumas famílias vieram para Taió. Ficamos um ano acampados, mas não conseguimos negociar. Eu trabalhava como diarista em fazendas da região. Meu sonho sempre foi ter um pedaço de terra para plantar”, diz Pedro, emocionado com a conquista da terra em Taió e por lembrar os dias sofridos e de represália dos capangas da empresa que os impediam de ter acesso à fazenda.
Neri Arcari, 52 anos, é assentado em Santa Terezinha, local que acolheu as famílias no dia 6 de maio. Mesmo com seu pedaço de terra já conquistado na luta, ele veio ajudar na ocupação. “Hoje meu filho mais velho, que nasceu no assentamento Santa Terezinha, já está na faculdade de Tecnólogo em Agronomia. A conquista da terra em Santa Terezinha em 1986 abriu as portas para a Reforma Agrária no Estado. Aprendemos muito com a luta na época e hoje ajudamos outras famílias a buscar o direito de viver bem, plantar e criar seus filhos de forma digna em terras que antes eram improdutivas”, diz Neri.
João Maria de Oliveira, está há nove anos no movimento e hoje se encontra no assentamento do MST no município de Correia Pinto. “Desde 2006, saiu a posse da terra e agora estamos construindo as casas. São 1.314 hectares. Foi uma etapa vencida na minha vida. Um sonho realizado”, desabafa João.
Vilson Santin, uma das mais expressivas lideranças do MST em Santa Catarina, lembra que a área ocupada em Taió já foi palco de muitas lutas na região e da Guerra do Contestado. Ele diz que muita gente já morreu ali pela luta por liberdade e terra. Emocionado, como todos que ajudaram na ocupação em Taió, Santin conta que o acampamento deverá se chamar Miguel Forte da Silva, em homenagem a um companheiro do MST de Chapecó morto recentemente em um acidente de carro. “O MST tem uma história que se iniciou em 1984 e tem reconhecimento dentro e fora do País”, lembra Santin. Filho de pequenos agricultores, ele conta que iniciou na luta por terra em 1979. Ele lembra que muitos padres da Igreja Católica, militantes da Teologia da Libertação, incentivaram esta luta, em trabalhos realizados nas Comunidades Eclesiais de Base, idéias que ele levou consigo.
“Dent0ro do sistema capitalista em que vivemos, onde a burguesia não quer abrir mão de seus privilégios, não e possível realizarmos a Reforma Agrária que gostaríamos. Há muitas terras improdutivas no País, mas a preferência do mercado é entregá-las à especulação do capital privado estrangeiro, que são um bando de canalhas e sanguessugas. O capital não se importa em preservar o meio ambiente, só visa o lucro, enquanto nós, do MST, queremos terras para o plantio da agricultura familiar, respeitando o meio ambiente e dando mais qualidade de vida às famílias. Queremos cultivar a terra. Mas o governo não enfrenta a elite para realizar a Reforma Agrária necessária. E a sociedade tende a criminalizar nosso movimento sem conhecê-lo por dentro, acreditando nas mentiras da mídia”, avalia Santin. “No governo Lula não avançamos tudo o que gostaríamos. Nossa luta por uma Reforma Agrária de caráter popular, pela transformação da sociedade e pela união dos trabalhadores do campo e da cidade por um mundo melhor, vai continuar”, completa.
“Todo dia é dia de luta”
Geneci Luciana Fátima Andrioli, 31 anos, é uma das lideranças estaduais do MST e vive no assentamento em Correia Pinto. Ela também veio ajudar na ocupação em Taió. Ser mulher, mãe, cuidar da casa e da família e ainda atuar no movimento são desafios que Geneci enfrenta todos os dias. “Todo dia é dia de luta”, diz animada. “Ocuparmos a terra foi um grande passo, mas agora temos que lutar contra o coronelismo que impera na região. A prioridade é buscar junto às autoridades locais a abertura de uma nova estrada que dê acesso ao acampamento. Porque por enquanto o único acesso é pela mata e a empresa HCR e os fazendeiros continuam impedindo nossa passagem. Não podemos colocar em risco a vida das famílias, tentando passar pela estrada principal. Depois, o próximo passo será realizar, com orientação do Incra e participação das famílias que aqui ocuparam a terra, o PDA (Programa de Desenvolvimento do Assentamento). O PDA vai nos orientar sobre a forma de plantio, onde poderemos futuramente construir casas, dividir a terra e assentar as famílias, de forma que, hoje, o que são barracas de lona amanhã se tornem moradias com direito a água, luz, saneamento básico, enfim, com o direito a uma vida digna”, diz Geneci. “O assentamento em Taió será construído dia a dia. Teremos que cortar os pinus e preparar o solo para o plantio dos alimentos das famílias. A esperança que hoje brota no coração destas famílias, aos poucos, será transformada em sementes e no alimento que virá da terra conquistada”, vislumbra Geneci.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A pedagogia da beleza

Elaine Tavares

Nunca é demais falar sobre o papel da classe média no Brasil. Equilibrando-se entre o sonho de virar elite e a realidade que a aproxima sempre mais dos empobrecidos, ela é cada dia mais vítima de uma coisa que é muito poderosa. Falo da pedagogia da beleza, empregada pelo sistema capitalista para ganhar as almas claudicantes. Pedagogia é uma palavra que tem sua origem na Grécia, paidós (criança) e agogé (condução), ou seja, aquilo que conduz a criança. E é esta condução de beleza que faz com que milhares de pessoas se deixem seduzir pelas promessas do capital. Como assim? Simples...
Basta a gente ligar a televisão, onde o sistema suga a mais-valia ideológica das pessoas. Ali, nos intervalos dos programas, se expressa, vitoriosa, essa pedagogia, essa condução das gentes pelos caminhos da beleza, coisa tão sedutora. Entre tantas, há uma propaganda da Monsanto - maior produtora de sementes trangênicas do mundo - que é um exemplo claro disso que estou falando.
http://www.youtube.com/watch?v=7y4EnsSW814
O vídeo abre com a música “mundo maravilhoso” de Louis Armstrog. E as imagens vão mostrando a vida nos seus instantes mais belos. E uma voz absolutamente sedutora diz: ‘imagine um mundo que preserve a natureza, o ar, os rios. Onde se possa produzir mais, com menos agrotóxico, sem desmatar as florestas.. e os trangênicos podem ajudar a gente nisso...Você já pensou num mundo melhor? Você pensa como a Monsanto!” O comercial dura um minuto, é é uma das coisas mais lindas do mundo. A gente fica emocionado. Impossível alguém ser contra o que o comercial diz. Isso é a pedagogia da beleza! O sistema oferece um discurso tão belo, imagens tão fabulosas, que as pessoas vão acreditando que é assim mesmo. Como ser contra quem quer um mundo melhor?
No meio desta pedagogia da beleza, o que fazem os sindicatos, os movimentos, os lutadores sociais? Eles aparecem sempre como os arautos da desgraça. Estão sempre prevendo catástrofes, anunciando maldições. As pessoas odeiam isso. Outro dia um amigo me disse, num ato pela Palestina. “Ninguém quer ver gente morta!” É, a verdade desconforta, desaloja. E a verdade não é coisa bonita de se ver às vezes. Mas às vezes é! Então, para mostrar essa verdade a gente também tem de usar a pedagogia da beleza.
Por isso creio que temos de anunciar também a boa nova. Mostrar para as gentes que o mundo com o qual sonhamos pode ser belo. Desvelar a verdade escondida na farsa dos donos do mundo que querem fazer crer que aquilo que é bom para eles - um minoria – pode ser aceito como verdade universal. Colocar isso a nu, mas também anunciar a beleza que pode ser o mundo pelo qual ansiamos, com justiça, vida digna e riquezas repartidas.
E como se faz isso? Ah.. O mundo está cheio de exemplos. Cooperação, solidariedade, partilha. Nos acampamentos do MST, em comunidades organizadas, nos bairros palestinos, nas lutas de libertação. Existem lindas histórias para serem contadas. A verdade da beleza que o modo de viver socialista inspira naqueles que acreditam que o mundo pode ser diferente, e caminham para isso. O sistema capitalista só usa a beleza como engano. Mas, aqueles que são profetas, vivendo hoje o que sonham para todos amanhã, estes não tem como enganar, porque expõe ao outro o exemplo.
Historicamente a classe média, na hora de escolher, quase sempre escolhe o lado dos poderosos. São vítimas dessa pedagogia enganosa da beleza, que brota na TV, nos jornais, na escola, em todos os lugares. Acreditam nisso. Mas, se a gente mostrar a beleza do nosso mundo, pode acontecer como no poema de Quintana, quando o menino espicha o pescoço para ver se vê a calcinha da equilibrista dizendo: Quem sabe, titio? Quem sabe?... Assim, nós...