quarta-feira, 27 de maio de 2009

Professor colombiano é preso no México

Elaine Tavares - jornalista

Enquanto a mídia entreguista faz alarde sobre as ações de governos como de Hugo Chávez, na Venezuela, e Rafael Correa, no Equador, que se dispuseram a dar um freio ao sistema de propaganda do sistema promovido pela mídia comercial dos seus referidos países, praticamente nada fala da clara tendência fascista de países como México e Colômbia, que têm promovido impunemente o terrorismo de estado. Tanto no governo de Calderón como no de Uribe, o processo de criminalização dos movimentos sociais se agiganta, quando não ocorrem assassinatos e desaparições.

A última ação protagonizada pelos dois países envolve um estudante colombiano que fazia pós-graduação na UNAM, México: o sociólogo Miguel Angel Beltrán. Pois este jovem foi sumariamente preso e – em tempo recorde – deportado para a Colômbia sob a acusação de ter “ligações” com as FARCs e Raul Reys, o líder guerrilheiro morto em uma ação orquestrada pelos Estados Unidos. Segundo autoridades mexicanas, as informações do “envolvimento” do sociólogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia foram prestadas pelo governo colombiano com quem o país tem estreita colaboração. Isso mostra o quanto o velho sistema inaugurado pelos Estados Unidos de espionagem e delação dos lutadores sociais continua mais vivo do que nunca. A doutrina da contra-insurgência inaugurada nos anos 60 para “caçar comunistas” segue a pleno vapor, passando inclusive por cima de todas as leis nacionais e internacionais. A criminalização das lutas sociais hoje é o substituto legítimo da caçada comunista dos tempos da guerra fria.

A prisão

A detenção - e deportação - de Miguel Angel se deu no momento em que ele foi renovar seus papéis no setor de migração. Segundo dirigentes do Instituto Nacional de Migração mexicano, a prisão se deu porque o sociólogo resistiu à expulsão. O que eles não disseram é que ao se apresentar com um advogado da UNAM para dar entrada aos trâmites de renovação do visto, no bairro de Polanco, Miguel foi imediatamente separado do profissional e levado para um bairro vizinho onde ficou incomunicável, sem poder fazer sequer uma chamada telefônica, o que configura, no dizer da professora Raquel Sosa, orientadora do sociólogo na UNAM, “uma grave violação dos direitos humanos por parte dos governos de ambos os países”.

Todo esse trâmite se deu em poucas horas e no dia seguinte o sociólogo Miguel Angel já estava num avião rumo a Bogotá. E, ao contrário do que disseram as autoridades mexicanas, na Colômbia a polícia afirmava que a prisão tinha sido feita graças a “valiosa cooperação” que existe entre os dois países para coibir delitos. As acusações que pesam sobre o sociólogo são a de ser muito chegado a Raul Reys e de administrar recursos para ações terroristas. As provas – dizem – estão no mui famoso computador que se salvou “por milagre” na ação em que acabou morto o líder das FARC.

Miguel Angel Beltrán é professor da Universidade Nacional da Colômbia e já havia feito seu doutorado no México com uma tese sobre o movimento de libertação nacional de Lázaro Cárdenas. Atualmente fazia um pós-doutorado enfocando a sucessão presidencial no México em 1933-1934. Estar afinado com as questões sociais e políticas da América Latina foi “a prova” apresentada de que o professor é perigoso e subversivo. Já para sua orientadora na UNAM, Miguel nada mais é do que uma pessoa totalmente dedicada à investigação acadêmica, não estando ligado a nenhuma atividade política.

As conseqüências

Não é de hoje que a imprensa internacional alternativa vem divulgando as ações de terrorismo de estado intensificadas pelo governo de Álvaro Uribe na Colômbia. Além da sistemática atuação dos grupos paramilitares e das milícias do narcotráfico contra camponeses e lideranças sociais, há um ataque metódico contra todo e qualquer pensamento crítico, o que torna os universitários e intelectuais figuras altamente “perigosas” para o regime de exceção deste país, ocupado pelos marines estadunidenses em parceria com a elite entreguista.

Segundo os colegas de Beltrán no México, o professor está sendo perseguido por ter tido um passado de luta no seu país. Quando jovem foi militante da União Patriótica, uma organização de esquerda praticamente exterminada nos anos 80 pelos governos-marionetes de plantão. Hoje, mesmo com a vida totalmente entregue aos estudos e ao ensino, o sociólogo segue sendo estigmatizado, tal qual outros intelectuais do país, sendo perseguido por sua visão crítica, acusado de terrorista. É que na Colômbia ocupada, qualquer um que não pense como o governo quer que pense, imediatamente é rotulado de terrorista.

Para quem não sabe, a luta anticapitalista e pela libertação da Colômbia existe desde o início dos anos 50, quando vários grupos se armaram para defender a pátria jogada num caos político pela ação da direita, com o assassinato de Jorge Gaitán, então candidato presidencial. Desde aí, o país vem sendo governado por governos títeres dos Estados Unidos que seguem a ferro e fogo a política de extermínio de qualquer dissidência crítica. Ainda assim, vários grupos insurgentes seguem resistindo, armados, numa luta que está longe do fim. A Colômbia hoje é um espaço geográfico estratégico na geopolítica estadunidense uma vez que faz fronteira com a Venezuela, o Equador e A Amazônia brasileira.

Não é sem razão que o governo de Álvaro Uribe segue a cartilha contra-insurgente dos Estados Unidos que tem como ponto principal a aniquilação total do inimigo. E isso pressupõe não só a destruição política, mas da vida mesma. No primeiro mandato de Uribe a ação anti-insurgente ficou mais focada no movimento sindical e camponês. Agora, o ataque está sendo contra a universidade, contra os centros de pensamento crítico. O fato de Beltrán ter pautado suas investigações nos movimentos sociais latino-americanos e no próprio confronto armado da Colômbia o tornou um inimigo a ser destruído.

Resta agora ao movimento popular latino-americano iniciar mais uma cruzada em defesa do pensamento crítico e, mais, voltar os olhos para a Colômbia, tão perto e tão longe das preocupações solidárias.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tem coisas que só um cobrador pode fazer por você!

Míriam Santini de Abreu
Eu detesto o transporte coletivo de Florianópolis porque nele está singularizada toda a mesquinharia da prefeitura e dos empresários do setor. Mas eu também adoro o transporte coletivo porque nele está representada também a universalidade. Hoje uma moça ocupou o banco ao lado do meu, e em minutos: 1 - ela elogiou a bonequinha de pano presa à minha bolsa da Pobres & Nojentas; 2 - eu dei a bonequinha a ela; 3 - ela contou que fazia flores artificiais tão perfeitas que se pareciam com as reais e colocou nome e telefone num pedacinho de papel para possível encomenda; 4 - dei um cartão e um exemplar da revista a ela; 5 - ela pediu se dava para enviar um texto sobre artesanato para a próxima edição. Éramos amigas íntimas! A vizinha de banco mostrou até um presente comprado para a mãe, um colar de pérolas com um delicado broche em formato de flor.
- É para ver se ela se anima.
- Anda deprimida, ela? - pergunto.
- Não... Um pouco chateada com umas coisas...
No transporte coletivo a gente também percebe: tem coisas que só um cobrador pode fazer por você! A artesã estava carregada de pacotes, e, em minutos, o cobrador, da linha Monte Cristo, assim procedeu: 1 - eu passo na catraca saudada com um "boa noite, tudo bem?" vindo dele; 2 - a mesma saudação recebe a artesã, que tem a ajuda dele para fazer os pacotes passarem também; 3 - ele ouve o pedido de uma mulher lá fora, "passa o meu cartão para a minha amiga?", passa e devolve a ela o cartão, esticando-se todo na janela apertada. E por fim dá um "tchau" quando desembarco!
Certa vez, na linha Floresta, o motorista começou a cantar uma música do Roberto Carlos, Obrigado Senhor. Os passageiros se olharam surpresos. Aí o cobrador também engrossou o coro. E de repente todos nós acompanhávamos: - Obrigadu senhor, agradeçu obrigadu senhor! Mais uma vez... E no final caiu todo mundo na risada!

terça-feira, 19 de maio de 2009

A CRISE, O ESTADO E O PAPEL DOS SINDICATOS

Dinovaldo Gilioli*
A crise, que muitos teimam em denominar de crise financeira, é de fato uma crise estrutural do sistema capitalista que assume um caráter sistêmico cujas proporções e profundidade tem sido difíceis de avaliar. A crise é estrutural porque para resolver um problema de acumulação no sistema produtivo criaram-se formas de acumulação no sistema financeiro, propiciada pela excessiva e generalizada desregulamentação e retirada do estado como regulador do mercado e das relações sociais. Paradoxalmente, as “soluções” que estão sendo apresentadas para a crise atual, sem exceção, têm passado pela retomada da intervenção estatal inclusive como fonte de financiamento dos bancos, de grandes empresas e corporações levadas à bancarrota pelo processo em curso. Do ponto de vista político isto significa a completa desmoralização do projeto neoliberal em escala mundial, muito embora ele ainda não tenha sido derrotado devido à hegemonia criada pelo sistema financeiro internacional, que continua a comandar as relações internacionais e a impor a lógica e a idolatria do mercado. Do ponto de vista prático, essa crise de dimensão nunca vivenciada coloca por terra a tese de que as soluções para a sociedade passam necessariamente e exclusivamente pelas políticas determinadas pela lógica de mercado, pela lógica do capital. A consequência mais nefasta da crise é a diminuição do ritmo da economia e o desemprego daí decorrente. Além do problema familiar e social que ocasiona, o desemprego impõe sobre o mercado de trabalho uma tendência ao abaixamento geral dos salários, na medida em que o contingente de desempregados pressiona constantemente pela substituição dos salários mais altos pelos mais baixos. Além disto, outro perigo se apresenta. A intervenção estatal tende a “resolver” a crise sob a ótica do capital financeiro, caso o movimento sindical também não intervenha de forma consequente na conjuntura. Neste sentido, os sindicatos devem assumir papel relevante frente à disputa de interesses entre capital e trabalho; que acirrará em função da crise em andamento. *Diretor do Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis - Sinergia

domingo, 17 de maio de 2009

Moralização do espaço urbano?

Por Ricardo Machado*

Um fenômeno da modernidade foi a expansão crescente da vida urbana. Desde o século XIX, este movimento tem sido quase ininterrupto em todas as partes do mundo. No entanto, a cidade moderna caracterizava-se pela intensidade da vida pública. A rua era o espaço de múltiplas sociabilidades no mundo do trabalho, do lazer e das relações políticas. As vivências múltiplas e contato com a diversidade da rua moderna foram construídas em oposição do contato com seus iguais na vida privada. Nas cidades modernas a rua era um espaço fundamental de construção da cidadania, pois era na rua que se tomava contato com as diferenças e eram ali que estavam evidenciados os conflitos econômicos e de valores estéticos.
No entanto, nas últimas décadas vivemos um momento de ruptura em relação ao conceito de vida urbana. Cada vez mais vivenciamos uma privatização do espaço público e a busca de relações essencialmente mediadas pelo domínio privado. Por isso, observamos o esvaziamento do público na medida em que se valorizam vivências em centros comerciais fechados (chamados de Shoppings), pelo automóvel, pelos condomínios fechados, pelos clubes recreativos etc. As ruas perderam sua ênfase na relação, para valorizar somente a mobilidade no espaço. Assim, a cidade deixou de ser uma experiência pública e de contato com a diferença para ser segregacionista, tornando a população ainda mais dividida socialmente e simbolicamente. Com isto cria-se um ser humano pautado em uma subjetividade cada vez mais centrada em si mesmo, com medo da diferença, e consequentemente, medo da vida pública. É este medo que tem feito pedir cada vez mais controle, repressão e vigília sobre a já restrita vida pública que ainda temos em nossas cidades.
Este movimento pode ser claramente observado nos temas debatidos pelo poder legislativo blumenauense sobre as formas de uso do espaço público. Este processo de moralização da vida urbana, que divide a sociedade entre pessoas de “bem” e de “mau”, que fala do retorno da família às ruas, não permitirá o aumento da vida urbana, mas ao contrário, criará uma relação ainda mais discriminatória, segregacionista, e consequentemente, ainda mais doentia.
É preciso voltar às ruas, para que possamos fazer um uso público do espaço público. Mas estou certo que não precisamos de mais medidas controladoras e repressoras sobre as formas de uso do espaço. Ao invés disso, precisamos ocupar estes espaços, reconhecendo que os diferentes grupos fazem apropriações distintas do conceito de urbanidade.
Desconfiemos deste “homem de bem”, pois se trata da forma mais cínica de trazer à público os preconceitos de classe e estéticos. É para ele que construímos os pilares da cultura do medo e do enclausuramento.

* Historiador e Professor da FURB

ABAIXO INFORMAÇÕES RETIRADAS DO BLOG DO VEREADOR FÁBIO FIDLER
12 de Maio de 2009
24ª sessão: Fiedler solicita apoio a projeto
No dia em que apresentou o Projeto de Lei Complementar que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em praças e paques municipais, o vereador Fábio Fiedler (DEM) utilizou seu espaço na tribuna para explicar pontos da proposta e solicitar apoio dos demais parlamentares.FAMÍLIA Para Fiedler, o objetivo do projeto é preservar a família blumenauense. “É garantir que o cidadão de bem, aquele que leva a sua família aos parques e praças, possa fazer bom uso destes locais e não seja constrangido e molestado por quem faz mau uso dos espaços”, explicou.

Disponível em:
http://ffvereador.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A luta pela terra em SC

Leia a reportagem intitulada "Por uma terra em Taió", que conta uma parte da história da luta do MST pela conquista da terra localizada no Alto Vale do Itajaí. Com fotos, textos e vídeos. O texto foi publicado no blog criado especificamente para esse fim: http://www.umaterraemtaio.blogspot.com/

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Feijoada no Baiacu de Alguém

No domingo, 17, a partir do meio-dia, a Associação do Bairro de Sambaqui promove a 1ª Feijoada da Gincaponta na sede do bloco carnavalesco Baiacu de Alguém, em Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis. O convite custa R$ 10,00. A atração é a banda Mr. Joe. Os interessados podem reservar convite com Rodrigues pelo telefone 9135-3055 até sexta, 15.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Participe das atividades pela passagem de 61 anos de NAKBA

A Comunidade Palestina convida a todos para participarem das atividades pela passagem de 61 anos de NAKBA - Dia da usurpação do Solo Pátrio Palestino para a criação do Estado Sionista de Israel.

Dia: 15 de maio de 2009 - sexta-feira
Hora: 19 horas
Local: Auditório Flat Costa Azul - Rua Dom João Becker, 2045 - Ingleses - Florianópolis

Sua presença é fudamental para consolidarmos a solidariedade internacional em defesa da Palestina Livre!

Informações:
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
comitepalestinasc@yahoo.com.br

VISITE O NOSSO BLOG
http://somostodospalestinos.blogspot.com/

VOCÊ SABIA?

- Que a Palestina é um país de 27000 Km2 de extensão e se localiza no Oriente Médio?
- Que em 1947 a Organização da Nações Unidas – ONU impôs a divisão do território da Palestina para a criação do Estado de Israel?
- Que divisão da Palestina foi legitimada através da Resolução nº 181 da ONU – 1947 que designava 56% do território para a criação do Estado de Israel, 43% do território restante para a permanência do Estado da Palestina e 1% para a Cidade de Jerusalém que ficou com status de internacional?
- Que a fundação do Estado de Israel foi em 15 de maio de 1948, fruto da pressão do Sionismo (Movimento Político Judaico) e do Imperialismo?
- Que em 1948 o então criado Estado de Israel não respeitou os limites de terras designado pela ONU e começou a ampliar seu território, ocupando 78% das terras da Palestina, utilizando a força de seu poderoso exército?
- Que em 1967, através da Guerra dos 6 dias, o Estado de Israel passou a ocupar 100% do Solo Pátrio da Palestina?
- Que restou apenas dois territórios dentro de suas terras para os palestinos viverem?
- Que estes territórios são Gaza: onde residem 1, 5 milhões de Palestinos em 365 Km2 e Cisjordânia: onde residem 3,7 milhões em 5.990 Km2.
- Que estes territórios não são considerados o Estado da Palestina?
- Que a Palestina não tem autonomia, independência, governo, terras, enfim, que a Palestina não é um país? Não é uma nação?
- Você sabia que existe o Povo Palestino? São 11,2 milhões de palestinos que não tem uma Pátria, pois seu país foi roubado pelo Estado de Israel?
- Que 5, 2 milhões de palestinos resistem em viver no seu Solo Pátrio, de forma subumana, desprovidos de direitos básicos como: acesso a hospitais, transportes, escolas, universidades, empregos e o direito mais elementar: o de ir e vir? E você sabe como vivem os outros 6 milhões de palestinos? Vivem como refugiados, em ouros países, sonhando com o dia de retornar para a Palestina Livre!
- Que Cisjordânia e Gaza são considerados territórios ocupados pelo Estado de Israel?
- Que nestes territórios o Exército Sionista do Estado de Israel ocupa áreas estratégicas para construir pontos de revistas ( check-point)? São centenas de postos de checagem solicitando documentação e fazendo revista e interrogatórios aos Palestinos, todos os dias, revistando mulheres, crianças, idosos!
- Que em 27 de dezembro de 2008 o Exército Sionista de Israel atacou Gaza, bombardeando violentamente o território palestino, com a desculpa de retaliar o movimento político Hamas.
- Que o Exército Sionista de Israel é o 4º exército mais forte do mundo, e mais equipado com as armas e tecnologias modernas.
- Que em 22 dias de ataques aéreos e terrestres o que aconteceu foi uma matança? Foram ações de extermínios, de limpeza étnica sobre o povo palestino que reside em Gaza? Foram 1300 mortos, 5300 feridos, 5000 casas destruídas, 20 Mesquitas explodidas, 16 prédios públicos, sendo escolas da ONU, hospitais, Instituições governamentais totalmente destruídos... que são 80 mil pessoas desabrigadas?

Qual a saída?

A própria ONU, em sua Resolução 3236, de 20/11/1974 reconhece o direito do Povo Palestino de lutar, POR TODOS OS MEIOS, pela recuperação de seus direitos inalienáveis: de retornarem a seus lares, à autodeterminação e à independência e soberania nacionais.
O povo Palestino deseja a paz e sua forma de defesa, desde 1987 é a INTIFADA, um posicionamento de libertação contra a violência onde apenas são utilizados paus, pedras e seus corpos contra todo o armamento sofisticado do exército israelense. Todo o nosso apoio a resistência do Povo Palestino, todo o nosso apoio a INTIFADA.
A posição do povo palestino será a resistência até a vitória! O governo sionista de Israel tem as armas mais modernas, mas não tem a mais poderosa: o direito a justiça – essa arma só os Mártires Palestinos tem!
A paz para o Estado de Israel é uma fachada para fortalecer suas forças militares e econômicas e dominar o mundo árabe. O Imperialismo estadunidense associado ao Sionismo querem dominar o petróleo da região, já dominam o Afeganistão e o Iraque.
A paz para os Palestinos significa a retirada imediata da invasão israelense do Solo Pátrio da Palestina, direito de retorno aos refugiados Palestinos a seus lares e a constituição do Estado Palestino laico e democrático onde possam viver em paz muçulmanos, cristãos e judeus, com Jerusalém como capital.

Dirigimo-nos a todos vocês, amantes da paz, da justiça e da liberdade para lutarmos pelo fim da opressão dos povos, pelo fim do cerceamento da liberdade e pelo respeito aos direitos humanos!
Viva a Palestina em seu Solo Pátrio onde possam viver em paz judeus, muçulmanos e cristãos, como era antes de 1948!
Pela autodeterminação dos Povos!
A paz só é possível se derrotamos o imperialismo!

Moradores das favelas lutam para derrubar os muros

Fátima Lacerda (Agência Petroleira de Notícias)

O prefeito do Rio pretende cercar 13 favelas da Zona Sul, a pretexto de defender o meio ambiente, impedindo que continuem a crescer. Mas a consulta popular feita pela Associação de Moradores da Rocinha no último sábado, 2, uma das comunidades escolhidas pelo prefeito Eduardo Paes, revelou que a população local não quer saber de muro, apesar de muitas informações desencontradas que circulam na mídia. Dos 1184 moradores que participaram do plebiscito realizado no último sábado, 1111 disseram “não” ao muro, contra apenas 56 “sim”, enquanto 6 anularam o voto. O prefeito carioca desconfia do resultado, acusa “manipulação política”, conforme matéria divulgada em O Globo. O mais lógico seria desconfiar da forma como foi conduzida a pesquisa anterior, feita pelo Datafolha, indicando que os moradores da Rocinha estavam divididos e induzindo o leitor a acreditar que “os mais pobres eram favoráveis à construção do muro em torno da favela”. A pesquisa do Datafolha apontou “empate técnico”.
O presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Antônio Ferreira (Xaolin), lembra o significado simbólico dos muros idealizados pelo prefeito que parece sofrer de miopia, já que não consegue enxergar além do seleto grupo social de onde provem e para quem governa. Xaolin ensina: “O muro tem um significado simbólico de separação. No caso da cidade, ele isola os mais pobres, vetando o acesso à floresta. Nós também temos o direito de acessar a mata e todo o resto da cidade livremente. O muro não impede novas construções. Ele dá força ao preconceito. Além disso, esse projeto foi imposto de cima para baixo e não houve diálogo nenhum”. (depoimento extraído do Correio da Cidadania). Na mesma linha de raciocínio, o presidente da Federação das Favelas do Estado do Rio de Janeiro/Faferj, Rossino de Castro, pergunta, perplexo: "Querem transformar as comunidades em guetos?" A atitude dos moradores da Rocinha e demais, que deverão participar do ato convocado pela Faferj, desconcerta o plano das elites. Em 1989, o mundo saudava a derrubada de um muro, o de Berlim. A luta de Nelson Mandela e tantos outros contra os muros do apartheid, na África do Sul, durou cinco décadas, até que o regime de segregação racial fosse derrubado oficialmente, em 1993. Mas a humanidade não caminha em linha reta. Vive em permanente queda de braço.
O capitalismo neoliberal reforçou novamente as muralhas, reinventando justificativas para encobrir a velha luta de classes. Ariel Sharon levantou, em 2000, o Muro da Cisjordânia que, mesmo sentenciado pelo Tribunal de Justiça de Haia (2004), continua de pé, mantendo os palestinos isolados como num campo de concentração. Com oito metros de altura, é duas vezes mais alto que o Muro de Berlim e quinze vezes mais longo. Os muros que separam os Estados Unidos do México começaram a ser construídos em 1994, com George Bush, o pai. Apesar das polêmicas que a obra gerou, em 2006, o Congresso estadunidense aprova a construção de novos muros “de segurança”, que impressionam pela tecnologia agregada: barreiras de contenção, iluminação de altíssima intensidade, detectores antipessoais de movimentos, sensores eletrônicos, rádios, policiamento ostensivo, helicópteros com armamentos separam as fronteiras de San Diego-Tijuana, Arizona, Novo México, Texas...E o que dizer do Muro de Marrocos, símbolo da ocupação marroquina no Saara Ocidental? E dos arames farpados que “protegem” da imigração as cidades espanholas de Ceuta e Melilla? Qual é a diferença entre esses muros da vergonha e os muros do Eduardo Paes? A retórica, talvez. Mas, essencialmente, a diferença é nenhuma. Conter o crescimento de favelas com muros, atribuir aos pobres a responsabilidade pela destruição das matas que restam (a maior parte já foi destruída por séculos de dominação branca); culpar, punir quem fica de fora das políticas públicas, é fazer uma aposta na guerra. É desafiar os povos segredados que, como reação natural, tenderão a ocupar mais. Sr. Prefeito, fica um apelo: que tal fazer diferente? Ouvir o que as comunidades têm a dizer e tentar governar para todos os cariocas? Nesse debate, a posição mais sensata, mais inteligente, mais civilizada é a dos moradores das favelas que só querem ser ouvidos, respeitados, integrados à cidade. No caso da Rocinha, os moradores sugerem, como alternativa ao muro, um anel viário que começaria no Morro Dois Irmãos, cercando a comunidade pela mata, já apelidadas de ‘ecotrilhas’. A idéia construir uma trilha pavimentada que serviria como área de esporte e lazer para quem vive na Rocinha, na Gávea, em São Conrado. O controle seria feito pelo poder público, por meio da guarda municipal comunitária e da guarda florestal.A favela quer negociar. Mas para ser ouvida, tem que demonstrar força. Fica o chamado: Santa Marta, Rocinha, Pedra Branca, Chácara do Céu, Parque da Cidade, Benjamin Constant, Morro dos Cabritos, Ladeira dos Tabajaras, Morro da Babilônia, Chapéu Mangueira, Cantagalo, Pavão-Pavãozinho, Vidigal, Providência e tantas outras e todos os humanistas, sejam de que partido for. Amanhã, quarta-feira, 6 de maio, às 15 horas, compareçam ao ato em frente à Federação das Favelas do Rio de Janeiro, na Praça da República, 24, no centro, Rio de Janeiro.
Abaixo a política dos muros e dos campos de concentração! Que tal inverter o discurso dominante e começar a cobrar uma política séria de habitação popular. Será que o projeto anunciado pelo presidente Lula vai mesmo sair do papel ou ficará restrito às boas intenções? Urge que sociedade se mobilize para derrubar os muros da segregação e do preconceito.
www.apn.org.br

sexta-feira, 8 de maio de 2009

CARTA ABERTA AO ATOR SÉRGIO LOROZA

Caro Sérgio Loroza,

Você se dispôs a representar, em comerciais institucionais do SETUF (Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Florianópolis), o papel de um motorista e de um usuário de ônibus de minha região, a grande Florianópolis. E o que diziam esses personagens? Enalteciam o transporte coletivo oferecido pelas empresas. Aliás, o bordão final destes comerciais, caso você não se recorde mais, é o seguinte: “Transporte Público de Florianópolis, quem conhece se surpreende”.
Na arte do teatro obviamente que os personagens da ficção não necessariamente devem coincidir com os da vida real. Neste sentido, toda a liberdade à arte e à sua inventividade.
No entanto, no caso do comercial que você protagonizou, se trata de pura propaganda política inescrupulosa de empresários que tem a pretensão de usar o carisma de um artista para vender a ideia de uma verdade social inexistente.
Lamento te informar que o motorista que você protagonizou não existe. O usuário feliz que você encarnou está por nascer.
Pense bem: os empresários trabalham com o fator custo. Então você acha que se existissem motoristas satisfeitos e usuários sorridentes, não seria mais barato fazer um documentário com depoimentos destas pessoas ao invés de pagar um cachê considerável a um artista “global” como é o seu caso?
Para que você se surpreenda ouso fazer chegar ao teu conhecimento a seguinte informação: estes mesmos empresários que te contrataram pela encenação tem a intenção de demitir mil (mil!) cobradores de ônibus, semelhantes àqueles que controlavam as catracas dos coletivos nas tantas cenas de deslocamento da Marinete nos seriados de “A Diarista”. Realmente é surpreendente, não é, jogar no desemprego tanta gente? Talvez aquele seu personagem, o “Figueirinha”, adorasse isso, pois seriam mais mil biscateiros para ele agenciar em subempregos de toda ordem. Mas você, certamente, como happer que é tenho certeza não concorda com uma devastação social desta natureza.
Para você se surpreender ainda mais, te digo: as empresas de ônibus recebem mensalmente um subsídio de mais de 500 mil reais de parte da Prefeitura Municipal de Florianópolis, ou seja, abocanham cerca de 7 milhões de reais saídos dos cofres públicos quando esta quantia deveria estar sendo gasta em serviços públicos essenciais de saúde e educação, por exemplo. E neste momento estas mesmas empresas, que lucram tanto, relutam em conceder aumento salarial aos seus empregados.
Você se espantaria muito mais ainda se experimentasse andar em coletivos superlotados na hora do rush, com o calor da cidade e as longas distâncias dos trajetos. Tudo isso, é claro, depois de amargar uma longa espera nos pontos de ônibus e terminais.
Aliás, como sei que você estará em Florianópolis participando da “3ª Mostra Brasil de Cinema”, que se realizará entre os dias 12 e 16 de maio, promovida pelo grupo “Nação Hip Hop”, te convido para, junto comigo, uma delegação de Trabalhadores no Transporte (motoristas e cobradores de verdade!) e representantes dos usuários, conhecer a vida real do transporte de Florianópolis. Teria muito prazer em te acompanhar num “passeio” desta natureza. Não tenho dúvida que você ficaria boquiaberto, afinal de contas quem conhece os serviços prestados por estas empresas de transporte coletivo de Florianópolis e região, realmente se surpreende.

Respeitosamente,

Antônio Luiz Battisti - vereador (PT) em São José/SC

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Evento de 500 participantes custará R$ 10 milhões, ou seja, R$ 20 mil por pessoa. Só o Governo de SC deu R$ 5 milhões

Cláudio Magnavita - diretor do Jornal de Turismo - claudio.magnavita@gmail.com

Já acenderam as primeiras luzes de alerta vermelho para o dinheiro público que está sendo investido para a realização da 9ª Conferência Global do WTTC (World Travel & Tourism Council) em Florianópolis nos dias 15 e 16 de maio. Trata-se de um evento privado, sem nenhuma chancela de organismos internacionais, que reunirá duas centenas de convidados internacionais e igual número de convidados nacionais.Até o fechamento da edição já ultrapassava em R$ 10 milhões os gastos de dinheiro público com o evento. Serão R$ 2,5 milhões da Embratur, R$ 5 milhões do Governo de Santa Catarina e mais de R$ 2 milhões do Fundo de Turismo e Cultura do Estado e da Prefeitura de Florianópolis.O pior de tudo isso é o superdimensionamento do evento, realizado localmente, que é apresentado como divisor de águas do turismo catarinense.
Existe, também, a ideia de que um desses 100 CEO’s internacionais, que terão passagem relâmpago por Florianópolis, resolva investir localmente, justificando dessa forma os investimentos feitos. Ao superdimensionar a extensão deste evento privado, que na realidade já tinha tido o seu passe recusado pelo Brasil, depois de uma análise ponderada de custo-benefício, passou a se “justificar” uma série de gastos, que estavam sendo mantidos distantes dos olhares fiscalizantes da sociedade e do trade turístico.
Uma tentativa anterior dos organizadores, de vender a realização do WTTC no Brasil, foi afastada por correspondência assinada pela então ministra do Turismo, Marta Suplicy, que considerou que o investimento solicitado não traria um retorno para o país. E isto dentro de uma escala de valores bem menores do que a farra de gastos que passou a ocorrer em Santa Catarina.Segundo especialistas do turismo português, o evento similar realizado em Lisboa, custou um terço do que está sendo gasto nesta edição, que foi ressuscitada pela presidente da Embratur, Jeanine Pires, que é catarinense, e os dirigentes daquele Estado, que aliás, tem no seu primeiro escalão, como presidente da Fundação de Cultura, Anita Pires, mãe da presidente da Embratur e braço direito do secretário de Turismo e Cultura, Gilmar Knaesel, que é o responsável pelos gastos do milionário Fundo Estadual de Turismo e Cultura.
Nesta história, entra o bem-intencionado governador Luiz Henrique, que, achando estar fazendo um grande negócio para o futuro do turismo do seu estado, passou a criar uma oportunidade de gastos escancarados para os seus colaboradores, com contratações milionárias de empresas de organização e até a construção de uma arena de eventos que será alugada mediante recursos do Fundo de Turismo.Só para se ter uma dimensão, trata-se de um evento privado e fechado, que reunirá menos de 500 pessoas. A Feira das Américas e o Congresso da Abav, que anualmente reúne 16 mil participantes e tem uma exposição de 30 mil m², custa aos seus organizadores um pouco mais de R$ 4,5 milhões. É pelo menos a metade do que está ocorrendo em Santa Catarina.A Embratur, por decisão própria, resolveu destinar os R$ 2,5 milhões (US$ 1,2 milhão) no apagar das luzes de 2008. O convênio assinado com o Convention Bureau de Florianópolis de número 7022/2008 referente ao processo 72100001373/2008-46, foi publicado no Diário Oficial de 30 de dezembro de 2008 e, segundo a assessoria de imprensa da entidade, os recursos já foram pagos.
O JT solicitou oficialmente ao Convention Bureu uma cópia do plano de trabalho e até o fechamento da edição não havia sido enviado. Os investimentos de R$ 5 milhões do Governo do Estado foram informados pelo assessor de imprensa do governador, localizado no Uruguai, quando acompanhava o lançamento do evento na capital do país vizinho.Os recursos do Fundo de Turismo serão usados para eventos paralelos ao WTTC, entre eles um festival de manifestações culturais e de atrações catarinenses, que será realizado em paralelo no Centro de Eventos, que segundo a assessoria do secretário de Turismo, será um minissalão de turismo, com todas as regiões turísticas do Estado e na reunião do Fórum Nacional de Secretários de Turismo (Fornatur), que se reunirá na mesma data.Contrariando a previsão do Governo, os executivos internacionais participantes do Fórum não terão tempo para uma visita técnica ao Estado e a agenda dos principais nomes envolve um frustrante bate-e-volta. O trade turístico estará alijado da participação do evento, que será super-restrito e quem não for convidado do presidente da República, do governador, do ministro do Turismo e do próprio Conselho, terá de pagar US$ 5 mil.
Em termos de agregar conhecimento para a área acadêmica local e aos profissionais catarinenses, a contribuição do Fórum será nula. Eles serão forasteiros na sua própria cidade. Contrariando a nebulosidade dos gastos envolvendo o WTTC, será necessário que os organizadores, principalmente a Embratur e o Governo do Estado, passem a prestar contas publicamente de cada centavo gasto. O Jornal de Turismo, que foi o único veículo nacional de turismo a investir no turismo catarinense e abrir uma redação regional em Florianópolis, vai colocar lupa nesta prestação de contas. Acompanharemos passo a passo.Não é a primeira vez que o turismo é usado como bandeira de investimentos milionários, de efeito inócuo. Como uma série de publicações de luxo realizada em um passado recente pela Santur, sempre utilizando uma única editora, com o aval de pessoas íntimas do governador.Em diversos blogs locais estão surgindo denúncias envolvendo também o secretário Gilmar Knaesel, que passa a ficar na mira do Ministério Público. Uma das acusações é a construção da Arena Jurerê, em uma outra mistura do público e privado. Existe também a denúncia do jornalista Cesar Valente, que afirma que “a dispensa de licitação que contemplou com R$ 1,4 milhão a IBI Asia-Pacific, para atrair turistas para Santa Catarina. É empresa coligada a uma certa IBI Americas. E no site aparece, como endereço no Brasil, a R. Frei Lucínio Korte 244, sala 202, na Vila Nova, em Blumenau”, que é a cidade da região da base política de Knaesel. Depois da cassação dos governadores da Paraíba e do Maranhão, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, é um dos próximos a ser julgados, o que tem aguçado a velocidade de projetos milionários no Estado, principalmente na área de turismo.
A imprensa de quase todo o Estado, que está na mão de um único grupo empresarial, tem recebido verba pesada de publicidade, como é o caso do WTTC, que envolve a construção de uma cortina de grandiosidade para acobertar os gastos públicos exagerados para o evento.É necessário apurar o empenho pessoal da presidente da Embratur, a catarinense Jeanine Pires, em ressuscitar um evento que foi descartado pela sua ex-chefe, a ministra Marta. De analisar um possível conflito ético por sua mãe ser o braço direito de Gilmar Knaesel, secretário de Turismo e Cultura de Santa Catarina, que foi o órgão beneficiado com os efeitos do milionário convênio de R$ 2,5 milhões. Apurar a prestação de contas rigorosa dos gastos que estão sendo feitos em nome do WTTC pelo Governo do Estado e Prefeitura de Florianópolis; o envolvimento da Federação dos Conventions Bureaus de Santa Catarina em outros convênios visando o WTTC; a participação do Fundo no aluguel da Arena do Costão do Santinho; e fazer uma análise de todas as propostas que fazem parte da licitação obrigatória do convênio da Embratur, checando a capacitação técnica e os valores de mercado da proponente.
O caso fica ainda mais sério quando existe um movimento para levar o próprio presidente da República a Santa Catarina, para chancelar um evento que está sendo realizado, com o aval do órgão de promoção internacional do país, a Embratur, por valores, como afirmamos no início, muito a acima da sua dimensão real.

Manifestação anti-Código Ambiental reprimida por tropa de choque

Por Vera Maria Flesch

Estivemos participando de manifestação contra o Código Ambiental hoje, cinco de maio, em passeata organizada por estudantes do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC, em caminhada desde a universidade até a casa do governador.
A manifestação era pacífica e silenciosa, ocupávamos duas pistas da Beira Mar Norte. Os automóveis passavam na terceira, tranquilamente, e muitos motoristas buzinavam em sinal de aprovação. Os estudantes levavam seus banners confeccionados com papel pardo e ninguém queria gritar palavras de ordem.
Já perto do Angeloni, fomos cercados primeiro pela guarda de trânsito, depois por policiais do Pelotão de Patrulhamento Tático. Gente, somos importantes, a da elite da PM de SC! Os militares começaram a empurrar os estudantes (e nós também) para a calçada com grosseria, alguns seguravam metralhadora, outros ameaçavam usar cassetetes e gás de pimenta caso houvesse desobediência.
Um dos estudantes foi atingido por um jato desse gás e vários incidentes quase se converteram em um confronto maior, não fossem as insistentes conversas diplomáticas dos líderes. Porém, os militares se negaram a ler a autorização para a passeata, que os jovens tinham em mãos. Tentamos convencê-los de que o tema interessava a eles, inclusive (que reclamam do governador melhores salários!).
Nesta manifestação, aparentemente não havia professores. Dela, participavam talvez dois ou três ambientalistas. Modesto Azevedo e João Carlos Silva representavam a UFECO e o Fórum da Cidade.
Incrível, mas fomos reprimidos, na avenida Beira Mar, pela tropa de choque! Se eu não estivesse lá não teria acreditado na grosseria e truculência desses militares, contra uma manifestação pacífica, de interesse de todos os catarinenses.
A repressão mudou o ânimo dos estudantes. Quietos até então, começaram a cantar refrões contra o governador. E assim, fomos caminhando até a Casa da Agronômica, com um carro da patrulha à frente e outro atrás de nós -. Os buzinaços não paravam, o povo nos apoiava.
O governador estava em casa, mas se negou a receber qualquer manifestante, nem um grupo de dez, nem de cinco, nem um só, sozinho. Os jovens queriam apenas lhe entregar um manifesto, mas o chefe do executivo mandou dizer que quem quisesse entregar qualquer papel para ele deveria marcar audiência lá no Centro Administrativo, que é onde sua excelência recebe as pessoas.
Os banners de papel pardo foram colados, com fita adesiva, no muro da casa ocupada por sua excelência - cujo aluguel é pago por nós. Os jovens receberam autorização para deixar os cartazes por pouco tempo, o suficiente para registrar o ato em fotos, retirando-as em seguida. Autorização dada, logo foi ordenado, inclusive para mim, "e agora saia daqui" [da frente dos portões], com a mesma truculência de sempre.
Enquanto isso, o inquilino da ilustre Casa tinha acabado de decretar algumas medidas emergenciais para salvar os agricultores do Oeste catarinense, apavorados com os prejuízos da safra, provocados pela estiagem prolongada. Entre as medidas, estão a isenção de taxa para quem quiser cavar poços, e o envio de caminhões-pipa com água (sabe-se lá de onde), com a sugestão de que os agricultores captem água da chuva, de agora em diante, para regar suas plantações. Captar como, se não chove?
Nós precisamos ampliar esse movimento!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

SINTRAJUSC participa de ato no Dia do Trabalhador







O SINTRAJUSC participou da programação do Dia Internacional do Trabalhador, realizada no dia 30, quinta-feira, no Largo da Alfândega, em Florianópolis. O Sindicato, com o apoio do TRT, prestou esclarecimentos sobre direitos trabalhistas e as competências da Justiça do Trabalho. O Movimento Unificado contra as Privatizações (Mucap) apresentou teatro e, às 17 horas, representantes do movimento popular e sindical iniciaram a caminhada do centro da Capital até a sede da PM na Praça dos Bombeiros.



domingo, 3 de maio de 2009

Alesc exibe documentário "Maciço"

Vale a pena conferir o documentário "Maciço”, vencedor do Edital Cinemateca Catarinense/Fundação Catarinense de Cultura. “Maciço” tem 79 minutos de registro sobre as comunidades que compõem o Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis.
As próximas exibições, gratuitas, são as seguintes:
05 de Maio / 19h - Fundação Cultural Badesc - Rua Visconde de Ouro Preto, 216 Centro - Informações: 48 3224.8846
Convidado: José Geraldo Couto e Maria Cecilia MN Coelho

07 de Maio / 19h - Auditório Antonieta de Barros – Alesc - Rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310 Centro - Informações: 48 3221.2500
Convidados: Vilson Groh, Jeferson Dantas, Karen Christine Rechia e Ed Soul
Mais informações em: