Por Vinícius Mansur
Radioagência NP 11/07/08
Informações da Secretaria de Segurança Pública do estado Rio de Janeiro mostram que somente nos quatro primeiros meses de 2008, a Polícia do estado assassinou 331 pessoas em trocas de tiro. Estes casos são chamados pela Polícia de autos de resistência. No mesmo período do último ano, foram registrados 43 casos a menos. Estes números revelam que uma pessoa morre em supostos confrontos com a Polícia do Rio a cada oito horas.
Caso mantenha esta média, o governador Sérgio Cabral (PMDB) chegará ao final do ano registrando quase mil autos de resistência. O integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), João Luiz Pinaud, afirma que a Polícia atua “como se tivesse no bolso uma sentença de morte transitada e julgada, podendo matar todo mundo de que suspeita”. Ele acusa o governo de promover uma política de extermínio. “Porque o governador de estado é que diz, “o ventre da mulher da favela é uma fábrica de marginais”. Quer dizer, quando o governador diz que a política é essa mesmo, é para matar mesmo, e governo federal apóia e o ministro Jobim diz que temos que fazer aqui o que estamos fazendo no Haiti, realmente as crianças todas estão sujeitas a serem assassinadas”.
Para João Luiz, o poder público no Brasil dá respostas aos problemas sociais e econômicos e tenta transformá-los em problemas policiais. Assim, uma outra face desta política é a criminalização daqueles que denunciam as mazelas sociais do país. “Muitas entidades trabalham com direitos humanos no âmbito político nacional e internacional. E o que está acontecendo? Todo esse aparelhamento policialesco passa a se voltar contra as entidade”.
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