Por Adalberto Wodianer Marcondes, da Envolverde
Esta semana o Blog da Envolverde publicou em primeira mão o ataque de um grupo de índios ao diretor da Eletrobrás Paulo Rezende, a notícia nos veio por uma fonte que estava em Altamira. As cenas mostradas depois pela televisão são de muita brutalidade, o que gerou uma grande indignação na sociedade.
Não quero entrar no mérito de que tem ou tinha a razão. Em primeiro lugar, como valor absoluto, este jornalista repudia a violência, venha de onde vier. Também não quero me colocar a favor ou contra a construção da usina de Belo Monte, no Xingu, ou a favor ou contra a ação dos índios. Tenho minha opinião a respeito, mas gostaria de discutir neste post um outro assunto, os leitores.
O mesmo texto publicado aqui foi reproduzido no site da Envolverde, onde muitos leitores se manifestaram. Fiquei impressionado com o nível de generalização de alguns comentários. Frases como: “vocês ambientalistas são todos iguais”, “todos os índios são vagabundos” ou “devíamos fazer como os americanos, que se livraram dos índios deles”.
Me dei conta de quanto ainda é preciso fazer para que alguns setores da sociedade compreendam o pluralismo, o humanismo, a diversidade étnica e cultural e, principalmente, percebam o valor desta diversidade para a construção do Brasil. A generalização dos conceitos é a raiz de muitos preconceitos. Quando dizemos que todos que têm uma característica em comum são iguais, na verdade estamos colocando rótulos nas pessoas e em grupos e, a partir daí, não mais nos damos ao trabalho de pensar neles de forma racional ou diferente.
Recentemente estive no Xingu, acompanhando o jornalista Washington Novaes, para o lançamento do documentário “Xingu – Terra Ameaçada”, exibido depois pela TV Cultura. pude ter contato com um povo que está ciente de seu lugar no mundo, preocupado em preservar seus valores culturais e preocupado com questões planetárias. No entanto, no Brasil não índio, onde convivem brancos, negos, pardos, amarelos e gente das mais diversas etnias do planeta, pouco se sabe sobre o que significa “Cultura Indígena”, o comentário geral é de que eles vivem “sem trabalhar”.
A imprensa difunde esta impressão. Quando são noticiados os conflitos dos índios com empresas e organizações que vão contra seu modo de vida ou invadem seus territórios, surgem os comentários de que os índios querem “metade do Brasil”, ou que “as terras indígenas não são brasileiras”. (...)
Você lê o artigo completo no blog da Envolverde: http://dalmarcondes.blig.ig.com.br/(Blog da Envolverde)
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