sexta-feira, 16 de maio de 2008

Dieese divulga estudo sobre pisos salariais

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) colocou disponível no último dia 12, em seu site na internet, o “Estudos e Pesquisas número 39, Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2007”.

Em 2007, 56% dos pisos salariais estabelecidos em acordos e convenções coletivas firmadas em 646 processos de negociação atingiram, no máximo, 1,25 salário mínimo. Em 2005, o primeiro ano em que o Dieese, por meio do Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) realizou este levantamento, 25% das informações então obtidas apresentavam patamar similar.

Por outro lado, no mesmo período diminuiu a proporção de categorias que negociam valores superiores a 2,5 mínimos: passaram de 9,5%, em 2005, para 4,5%, em 2007. A tendência de aproximação dos pisos salariais negociados ao salário mínimo é decorrência dos aumentos reais aplicados ao menor salário oficial do País, nos últimos anos.

Setor econômico
Estes reajustes acima da inflação resultam de campanha desenvolvida pelas centrais sindicais com o objetivo de se estabelecer uma política de correção para este piso. Entre 2005 e 2007, o aumento real do salário mínimo correspondeu a 19%, quando comparado com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar desta concentração de pisos mais perto do salário mínimo, as negociações de 2007 foram favoráveis aos trabalhadores e asseguraram aumentos reais de salário (
leia mais), principalmente para o piso, que historicamente tem tratamento diferenciado nas negociações. Assim, embora os ganhos alcançados pelos pisos tenham sido inferiores aos obtidos pelo salário mínimo, esse resultado decorre mais da evolução do salário mínimo e menos da negociação dos pisos salariais.

Quando se considera o comportamento dos pisos segundo setor econômico, verifica-se que o pior resultado ocorreu no setor rural, onde aproximadamente 90% dos pisos acordados superaram o mínimo em no máximo 25%. No comércio, 85% das negociações conquistaram pisos de até 1,5 mínimos e 9%, obtiveram pisos superiores a 2 mínimos.

Formação universitária
Na indústria, quase 80% das convenções e acordos fixaram pisos de até 1,5 salário e mais da metade não superou 1,25. Nos serviços está o maior percentual de pisos que valem mais de 2 mínimos: 14%. Mas o maior piso foi localizado na indústria metalúrgica: 8,5 mínimos.

Os dados de 2007 mostram que os pisos salariais pagos a trabalhadores com formação universitária chegam a corresponder a 2,8 vezes o dos que não têm o mesmo nível de escolaridade. Do painel de 646 informações consideradas em 2007, 33% dos pisos negociados no último ano encontravam-se abaixo do salário mínimo de R$ 415, fixado a partir de 1º março de 2008.

Parte deles correspondia a categorias com data-base entre janeiro e março e que provavelmente já alteraram seus valores. Porém, cerca de 23% do painel são de meses posteriores e seus valores devem ser automaticamente reajustados para o valor do mínimo. (Fonte: CTB)

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